terça-feira, 7 de junho de 2011

Materialismo

Hoje, organizando algumas coisas, encontrei uma caixa no quarto da minha mãe. Foi como se um filme passasse - rapidamente - pela minha cabeça, filme do qual eu participara como coadjuvante... na caixa fotos, cartas e um monte de outras coisas que creio que sejam mais velhas que eu... senti-me uma invasora... mas voltei a questionar o costume que temos de apego às coisas materiais... tanta coisa que a gente guarda e da tal importância... coisas que ao invés de cuidar a gente passa a amar... as coisas vêm e vão... hoje as temos, mas amanhã podem se quebrar... vejo que nada disso tem valor...  desfaço-me de objetos e coisas qualquer com facilidade. Embora seja cada vez mais difícil me desfazer de pessoas que foram ou são importantes na minha vida... não importando o tempo em que estiveram presentes nem o tempo em que estão ausentes. Posso mudar de casa, de cidade, doar todas minhas bugigangas que no final sempre acabo juntando mais. No entanto, os sentimentos ficam... não são vendidos, doados ou apagados, às vezes penso que se foram, mas de repente um som, um cheiro ou até mesmo uma caixa de fotos como a que mexi hoje à tarde, trazem de volta, com toda força, dor ou alegria, tudo aquilo que um dia fora, como se tivesse acontecido ainda ontem. Quero levar da vida só o que é realmente importante. Chega de materialismo. O que temos é o agora, - e isso que é especial - e devemos cuidar... amar. Não quero ter de carregar excesso de bagagem. Afinal, preciso das minhas mãos livres para poder abraçar as mudanças que sempre vêm.


Camila C. Schossler

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