As pessoas andam me dizendo que o “segredo” é não deixar que percebam minha tristeza... Que a vida é assim mesmo, as “pessoas” só dão valor quando perdem. Estão me pedindo para mentir? Fingir? Tudo bem, ai eu minto, disfarço, represento... Engano a todos, ou melhor, á “quase” todos... Não acho que vala a pena viver um dia de mentira porque não consigo me adaptar á verdade. Será que seu eu fizer isso estarei sendo esperta, ou estarei acabando com as chances de superar e ser feliz? Então, vejam! Estou feliz! Saio com meus amigos, me divirto com suas piadas... Vou a festas. Ando cantando pelas ruas. Mostro a todos que estou feliz e pronto. Agora me digam, e depois? E quando a noite vier? E quando eu estiver no meu quarto e as luzes estiverem apagadas? E quando não tiver mais ninguém que vá me julgar como fingirei a mim mesma que esta tudo bem? Terei eu forças de manter a mascara sorridente que esconde meus olhos vermelhos? Então eu respondo. E se eu não me importar? Se não tiver “medo”? E se eu achar mais “correto” dizer a verdade mostrar o que realmente sinto. De verdade, não o que eu aparento ser nas coisas que escrevo, ou nas minhas fotos, ou musicas que ouço. E se me perguntarem como eu estou se estou triste e eu simplesmente disser “Sim, estou triste, estou sofrendo. É isso dói. É, pois é não me sinto feliz.” Pronto. Um curto desabafo, mas que certamente pode mudar tudo. A começar por mim mesma. Gosto de ser “eu” da minha maneira. Acredito que posso ser feliz sendo triste. E sabe por quê? Porque é uma tristeza sincera, transparente. Prefiro manter a ferida exposta, não me importo que os outros a vejam o importante é que eu á veja e consiga acompanhar a sua cicatrização. Afinal, a felicidade e a tristeza, ambas são passageiras. Ninguém é feliz o tempo todo tão pouco o oposto. Até me deu vontade agora de chegar para essa pessoa e dizer: “Psiu. Eu sofro porque sinto tua falta todos os dias.” Se eu conseguisse fazer isso, ai sim, minha posição estaria definida. Não me sentiria mais uma agente dupla nessa situação. Caberia à outra pessoa decidir. Talvez eles até estejam certos, talvez por saber que eu estou aqui, esperando, faça com que não me valorize, ou não me queira naquele momento como um pássaro que deixa o galho de uma árvore, mas que sabe que o galho estará lá quando anoitecer, ou quando precisar. Porém, existe também outra possibilidade. Existe a chance de a outra pessoa descobrir a verdade, que na verdade, ela achava que era mentira. E sabe o que é mais curioso? É que de repente ela esteja na mesma situação. Sublimando as mesmas coisas, se escondendo por traz de um sorriso radiante. Talvez isso, seja tudo maluquice da minha cabeça. Talvez eu devesse mesmo ser turrona, endurecer meu coração e mentir deslavadamente. Afinal, se tudo der errado, o máximo que pode acontecer é eu morrer sem ter dado a chance de outra pessoa saber o que eu realmente sentia.
Camila C. Schossler